Bem-vindos/Nhôs txiga! Pensatempos sobre línguas e literaturas de Cabo Verde. Verdianos e crioulas, amigos do "Povo das Ilhas", estudiosos e críticos, reflexões ou simples bate-papo, um mergulho na morabeza. Cabo Verde e África é o nosso lugar. Nossa voz é a PAZ que tem a cor do milho, o cheiro do Mar e a chuva braba de Deus. Mantenha
quarta-feira, 18 de julho de 2012
HAPPY BIRTHDAY, MADIBA!
Aaah! Dalibhunga...
MANDELA FAZ 94 ANOS, HOJE.
Um exemplo de vida, um africano de fibra: orgulho negro.
CONGRATS, TATA.
MAY GOD KEEP YOU SAFE...
sexta-feira, 13 de julho de 2012
MENINOS EU VI!
Eu vi os vómitos viscerais, eu vi o desespero em querer prolongar a vida. Eu vi a angústia de saber mas nunca aceitar a derrota. E depois a teimosia em não aceitar o fim. Eu vi todos a embarcar na derradeira esperança de que talvez consigamos vencer esta; quem sabe tenhamos mais um ano juntos;
quem sabe, então, mais seis meses.
Bom, o bom Deus nos dê a graça de um mês...
E a cada dia, os ojetivos ficando menores, a esperança mais modesta.
Então, chegada a hora, ninguém viu, ninguém vê, ninguém quer ver.
- Eu já perdi a fala?
Ela perguntou de olhos arregalados e feição desesperada. Acalmei-a:
- Não, mamã. É a garganta que está inflamada por dentro e a voz não consegue sair.
Daí por diante, colávamos os ouvidos à sua boca e tentávamos ler-lhe os lábios. Faltavam apenas dois dias. E esperávamos que a voz voltasse.
De vez em quando, juntava todas as forças e dizia tudo o que era preciso.
Sábado, 2 de Junho, 12h00:
Eram três tigelas, uma para cada filha. Cada uma tentando ver o que é que daria para passar na garganta: remédio, leite, sopa???
Tudo escorregava pelo canto da boca.
A afilhada, sobrinha, Doutora, segurava os pulsos e nós outros esperávamos o milagre.
O quarto parou. O silêncio atropelou os movimentos.
Só Orisa desligava as coisas. Desligava, e desligava, e não parava de fazer sem falar. Tirava as almofadas, fechava o soro, colocava a cabeça de lado… Eram olhos nela e na mamã, à espera do milagre.
- Que horas são? Perguntou depois de lhe pousar a mão.
- Meio dia em ponto.
Nós todas e as nossas tigelas na mão.
E foi o ponto final.
E depois disso, e depois de tudo, e 45 dias depois…
ENTÃO, POR QUE CHORO?
terça-feira, 10 de julho de 2012
Clarice Vieira Évora da Graça, nascida a 08 de Março de 1951 e falecida a 2 de Junho de 2012: professora, parteira, costureira, autora de músicas religiosas, uma mulher muito forte e determinada.
Último desejo: voltar a Cabo Verde, conhecer seus netos novos.
Desejo realizado.
Dai-lhe senhor o eterno descanso.
entre os esplendores da luz perpétua, descanse em paz. Que assim seja!
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