quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O HAVER DE VINICIUS

Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo
- Perdoai-os! Porque eles não têm culpa de ter nascido...

Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do infinito
Essa gagueira infantil de
quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.

Resta esse diálogo cotidiano com a morte,
essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta
como uma velha amante
Mas recuará em veus ao ver-me junto à bem-amada...

Resta esse constante esforço
para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem
diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens
VM

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Fait diver...tir: Curandeiro K

UMA MÃE ESTÁ À ESPERA DA CRIANÇA EM FRENTE À ESCOLA E LHE ENTREGAM ISTO:

"Mestre que pode resolver todos os seus problemas seja qual for, tais como: encontrar trabalho viagem, visto, inveja, pressão alta, quer ter filhos, dor de coluna, homem com problema de t...., faz mulher voltar para homem que separa e o contrário, cura mulher com problemas vaginais, mulher que ñ consegue sentir prazer com homem, venda de propriedades aumentar as vendas nos seus negócios separação de amantes do seu marido, problemas espirituais e quais quer outros problemas na sua vida.

Resultado pelo em menos de 24h00 Móvel...."

Depois dessa, minha amiga, meu amigo, só tem problema quem quer.
Eu espantei todos os meus com uma boa gargalhada.

curandeiro K

terça-feira, 25 de outubro de 2011

KA DA FIM

O Coronel e antigo presidente líbio será enterrado hoje, algures nos desertos da Líbia.
E é só isso que o jornalista tem para dizer: porque ele são os outros.
Saudades do Fanon!
Stera dupla

terça-feira, 11 de outubro de 2011

fez-se luz

Praia de Santa Maria teni kuátu dia di lus sem bai ma badiu ku sampadjudu tudu yam pedra. paxenxa, ramoki ê fetu pa mal konxedu.

Professora Ceila visita Olimpo

De: Maria Augusta Évora - Chefe Divisão Biblioteca
Enviada: terça-feira, 11 de Outubro de 2011 12:10
Para: 'Ceila Ferreira'
Assunto: LEITURA GOSTOSA

Sou uma mulher abençoada: tenho em mãos uma preciosidade de diferentes tons laranja, marrom, branco, preto, A mulher do Dia.
Galo Branco e Ceila Ferreira trazem até nós, mulheres, e do lado sensível e belo que há nos homens, a Eliana e os seus mundos e amores.
Parabéns querida professora.
Era suposto comentar o livro, para além de dizer que gostei muito dele. Bebi as palavras; ele é delicioso.
Mas por ora, talvez SEJA reler e me encontrar nas personagens que estão dentro do livro e dentro de nós.
Parabéns. Obrigada.
Augusta

PRÉMIO NOBEL DE LITERATURA

Desperto o automóvel
que tem o pára-brisas coberto de pólen.
Coloco os óculos de sol.
O canto dos pássaros escurece.
Enquanto isso outro homem compra um diário
na estação de comboio
junto a um grande vagão de carga
completamente vermelho de ferrugem
que cintila ao sol.
Não há vazios por aqui.
Cruza o calor da primavera um corredor frio
por onde alguém entra depressa
e conta como foi caluniado
até na Direcção.
Por uma parte de trás da paisagem
chega a gralha
negra e branca. Pássaro agoirento.
E o melro que se move em todas as direcções
até que tudo seja um desenho a carvão,
salvo a roupa branca na corda de estender:
um coro da Palestina:
Não há vazios por aqui.
É fantástico sentir como cresce o meu poema
enquanto me vou encolhendo
Cresce, ocupa o meu lugar.
Desloca-me.
Expulsa-me do ninho.
O poema está pronto.
PÁSSAROS MATINAIS (1966) Autor: Tomas Tranströmer, poeta Sueco


Entrei sem pedir licença pelo seu mailbox adentro, para homenagear o novo prémio Nobel de Literatura 2011, anunciado há momentos. Escolhi exactamente este poema para celebrar, porque ele é um sintoma das mudanças do dito “Cânone” e simboliza muito o valor da arte, da escrita, da literatura e do livro. Lembremos que Tomas está na casa dos 80, não pode mais falar, vive literalmente numa ilha e parece ter traçado o seu destino há 45 anos.

O “Bibliotecário de Babel” disse sobre o prémio: “ Em 2007, Doris Lessing soube do Nobel quando chegou a casa, com os sacos das compras, e viu uma multidão de jornalistas à sua porta. Normalmente, os vencedores são avisados por telefone. Mas Tranströmer vive numa ilha, longe de tudo, propositadamente isolado do mundo. Sem jornalistas à porta, terá atendido o telefonema de Estocolmo? Ou será que olhava as árvores a andar «de aqui para ali sob a chuva» e foi preciso alguém murmurar-lhe ao ouvido que o grande mundo está, finalmente, de olhos postos nele?”

Ou vale lembrar Jorge Luis Borges que diz “Tenho a suspeita de que a espécie humana _ a única _ está prestes a extinguir-se e que a Biblioteca perdurará: iluminada, solitária, infinita, perfeitamente imóvel, armada de volumes preciosos, inútil, incorruptível, secreta”.

O certo é que “Não há vazios por aqui.”, na Praia, em 6 de Outubro de 2011.
Um afago poético e boa leitura, Augusta

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

E EIS QUE UMA JANELA SE ABRE

CONSTRUINDO O BILINGUISMO
O Salão de Festas do condomínio fechado “IFH Vila Norte”, em Achada S. Filipe - Praia, acolheu nesta sexta-feira, 5 de Agosto de 2011, a cerimónia de entrega de certificados aos primeiros formandos do Projecto Casa e Verbo – Janela Pão e Fonema.
O Curso de Verão teve duas turmas: a Turma de Literatura Infantil, com crianças a partir dos cinco anos de idade e a Turma de Leitura e Escrita, com crianças a partir do 4º ano do Ensino Básico. A formação decorreu entre 18 de Julho a 5 de Agosto e teve a duração de 30 horas.
No evento estiveram presentes os pais e responsáveis das crianças, as coordenadoras, alguns familiares e vizinhos.

PROGRAMA DE ENCERRAMENTO
DOS CURSOS DE VERÃO
17h30 - Exposição dos trabalhos feitos pelos alunos
17h40 - Hino provisório e apresentação da turma 1
Declamação de poemas e Roda de histórias
18h30 – Apresentação do Projecto e Janela
por Prof. Zenaida Évora Tavares (coordenadora)
18h40 - Apresentação da turma 2
O livro e suas partes; ficção e não ficção
Contação de “Vinte Macacos atrevidos”
Não-ficção: Notícia
Entrevista
19h30-19h45
Palavras finais por Prof. Augusta Évora Tavares Teixeira (coordenadora)
Entrega de certificados
O PROJECTO CASA E VERBO abrange estudos de literatura, estudos de linguagem, ensino de línguas e memória. Ele tem a vertente pesquisa, formação e extensão. A Janela Pão e Fonema é a primeira que foi aberta ao público e tem como convidados crianças e pré-adolescentes.
Contactos: 9931153 (Augusta)/9988229 (Zenaida)
acasaeoverbo452@gmail.com
Siga o nosso blogue http://www.casaeverbo.blogspot.com que, a partir de hoje, terá temas de interesse também para crianças.
AGRADECEMOS A SUA PRESENÇA: NO AMOR DA PALAVRA E NO PRAZER DA PARTILHA, 05/08/2011

segunda-feira, 23 de maio de 2011

MÊS DA CPLP - LÍNGUA PORTUGUESA DE CABO VERDE

Pensatempo : Língua Portuguesa
e sua relação com a identidade nacional cabo-verdiana


As línguas são essenciais para a identidade dos grupos e dos indivíduos, bem como para sua coexistência pacífica. Elas constituem um factor estratégico para a obtenção de um desenvolvimento sustentável, além de uma articulação harmoniosa entre o que é global e o que é local.
(Dr. Koichiro Matsuura, Director Geral da Unesco/08)

1 Problematização
EXISTEM RAZÕES PARA QUE À LÍNGUA PORTUGUESA SE ATRIBUA O ESTATUTO DE LÍNGUA NACIONAL?
Damos à palavra pensatempo o significado de uma reflexão breve, porém neutra; ou, pelo menos, numa perspectiva plural. Num pensatempo, tentamos olhar para o mesmo tema, antes pensado com olhar próprio e convicções havidas, hoje contemplado e “ozerbadu” num outro redesenhar, com o olhar de quem quer redescobrir o mesmo assunto de outra forma. Neste pensatempo, propomo-nos a rever a identidade nacional (cabo-verdiana) numa perspectiva diferente: como contar a história da identidade nacional, sendo a LP protagonista? Ela seria um veículo de transmissão, a memória, um dos elementos …parte da essência? Que papel teria e que estatuto teria a LP na construção da nossa identidade? Para uma fundamentação coerente, duas perspectivas diferentes devem ser consideradas: uma perspectiva política e uma perspectiva linguística; e dois níveis de orientação em política de língua devem ser consultados: o da orientação nacional e o da Organização das Nações Unidas - implementadas pela Unesco.
Iniciamos esta reflexão que pretendemos “ligeira” e de leigos, com uma epígrafe extraída da Mensagem do Director Geral da Unesco, por ocasião da celebração do Ano 2008 – Ano Internacional das Línguas, proclamação feita pela Assembleia Geral das Nações Unidas. A preocupação central da Unesco relativamente às línguas é com a sua protecção e preservação. E o desafio lançado a todos, ao longo da mensagem de celebração, é o de promover um ambiente de multilinguismo, por meio de atitudes e políticas concretas que permitam o seu uso. No ambiente ideal de multilinguismo, todas as línguas existentes e especialmente as que estão em perigo, devem ser usadas e todos os falantes devem esforçar-se por dominar, para além da sua língua materna, a língua nacional, a oficial e, pelo menos, uma língua internacional.
A questão que se deve colocar, especialmente em Cabo Verde é: o que é dominar uma língua? Que línguas dominamos? É ou não um ganho ter duas línguas? Existe conflito linguístico? Se existe uma “concorrência desleal” como já se disse que existe, ela é feita efectivamente “contra” o Crioulo/cabo-verdiano? Não será o TEMPO de nós, crioulos, mestiços culturais assumidos, resolvermos o “Problema do Onkombe”?
2 O Problema do Onkombe
O conceito genérico de domínio de uma língua abarca o falar, o escutar (compreender), o ler e o escrever. O contexto linguístico de Cabo Verde permite que todos os cidadãos residentes tenham contacto com duas línguas em permanente convívio e que são, do ponto de vista linguístico, complementares. Em nosso entender, a diglossia já assumida pelos estudiosos nacionais e estrangeiros, à qual preferimos acrescentar o adjectivo “funcional” é um estado de desenvolvimento que retrata a estória e a História do povo das ilhas. A construção do bilinguismo, sendo assumida politicamente na Constituição e nas políticas do Governo, deve ser entendida como uma medida que requer uma reflexão serena e avisada, do ponto de vista técnico. Em termos estritamente técnicos e numa perspectiva sincrónica, podemos dizer que, em sua maioria, os cabo-verdianos são diglotas e não bilingues e que a construção do bilinguismo passará, necessariamente, por criar políticas activas que permitam um maior domínio da fala em LP e da escrita e leitura em LCV. Ao falante cabe o compromisso de se esforçar por fazer bom uso de ambas as línguas e assumi-las como suas, numa perspectiva de complementaridade e não “de costas voltadas”.
Se fosse adequado considerarmos a imagem da concorrência (linguística), e se em tal cenário pensássemos em vantagens, a LCV não estaria em posição de “desvantagem”. Pois é a fala que realiza uma língua, que a escrita depois _ mas não necessariamente _ tenta dar conta de representar. Existe uma quantidade de informações que gestos e expressões corporais, entoações e mil não-ditos transmitem e que não são representados pela escrita. E quando utilizamos a fala, e principalmente na perspectiva de discurso na acepção de Saussure, pretendemos a produção oral, com as marcas da individualidade, espontaneidade, criatividade, estilo…
Aos que pensam que basta o estatuto de língua oficial para que uma língua tenha prestígio e que chamar um idioma de dialecto desencoraja o seu uso, vejamos as designações que os cabo-verdianos utilizam para se referir às suas línguas: dos movimentos literários ao Parlamento, dos textos legislativos aos científicos, em prosa e verso, em Crioulo e em Português:
Língua Portuguesa: Estatuto- língua oficial
Língua Cabo-verdiana: Estatutos: língua materna, língua nacional, língua de berço, língua di téra, língua di povo. E o melhor de todos: o Crioulo/língua crioula (aqui vale explicar que os cabo-verdianos se autodenominam “crioulos” e que “Nha crioulinha” é uma forma verdiana de dizer “minha princezinha”
Como entender uma política de língua que não repense o nosso falar português? Temos, mesmo, um português realmente falado em Cabo Verde? Pode-se encontrar o registo culto, o padrão… mas e o coloquial/familiar? …o informal, quando ele acontece? Criamos? Inovamos? Quantos falam espontaneamente? Quantos fazem opção real pela LP? Se poucos, como nos parece que vem acontecendo, como poderá acontecer uma reconciliação e uma apropriação com a nossa língua oficial?
3 Língua Portuguesa – Língua Nacional
O conceito de língua nacional é utilizado, frequentemente, em oposição ao da língua oficial. A primeira existe numa sociedade que se realiza, cultural e afectivamente, numa língua cujos laços unem toda uma nação que normalmente tem outra língua que a representa oficialmente; no campo semântico em que se usa o termo língua nacional, estão associados entre si, os conceitos de resistência, afirmação, consciência linguística… Do ponto de vista linguístico, a língua nacional é aquela que facilita a união, a comunicação entre regiões díspares e é conhecida e utilizada por todas as classes sociais, preferencialmente, em qualquer situação de comunicação.
Joaquim Mattoso Câmara Jr , utiliza o termo “língua comum” como sinónimo de “língua nacional”, enfatizando o factor da comunicabilidade dos falantes e admite que “a língua nacional nem sempre corresponde ao conceito estrito de nação, como Estado politicamente constituído e soberano. Num desses estados pode vigorar mais de uma língua nacional (…) e uma língua comum pode vigorar em mais de um Estado”
Segundo a Enciclopédia das línguas no Brasil, língua nacional “É a língua do povo de uma nação enquanto relacionada com um Estado politicamente constituído (…) a língua nacional caracteriza-se como uma em virtude de uma relação de unidade imaginária da língua que é atribuída à Nação.”
Há consenso entre diferentes manuais de que à língua nacional é associada a ideia de língua falada num determinado território que, por reflectir uma determinada herança étnico-cultural, representa um elemento caracterizador de uma consciência nacional e, nos “casos mais evoluídos”, é também suporte de uma expressão literária autónoma.
Ao termo língua oficial, por outro lado, podem estar associados conceitos antagónicos. Na definição dada pela Unesco, ela é “a língua utilizada no quadro das diversas actividades oficiais: legislativas, executivas e judiciais de um estado soberano ou território.”
Na perspectiva de linguística descritiva e sincrónica, Cabo Verde, hoje, só poderia ter como língua oficial, o português, e como língua nacional, o cabo-verdiano. Numa perspectiva de política de língua que melhor serve aos interesses da Nação e do Estado, do País enquanto integrante da CPLP e da ONU, é razoável que se repense, ao lado de uma proposta de oficialização gradativa da LCV, a tematização de um estatuto de língua nacional para a LP. Fundamentos linguísticos para se lançar tal proposta residem nas seguintes definições linguísticas:
a) a língua nacional nem sempre corresponde ao conceito estrito de nação; b) Num desses estados pode vigorar mais de uma língua nacional (…) e uma língua comum pode vigorar em mais de um Estado; c) é uma herança étnico-cultural; d) é também suporte de uma expressão literária autónoma; e) esteve sempre presente em todos os momentos marcantes do processo da caboverdianidade e permitiu e permite ainda que outros povos nos identifiquem;
Como conclusão, diríamos que as ciências da linguagem descrevem a situação linguística e oferecem dados e caminhos possíveis para que os estados possam implementar suas políticas de língua. O Estado decide seus objectivos e metas em relação ao seu património linguístico e pode utilizar as ciências da linguagem para facilitar a concretização das suas políticas. Da mesma forma que existe uma diglossia funcional que é um terreno fértil para a construção do real bilinguismo, existem requisitos mínimos para uma proposta de estatuto de língua nacional à LP, desde que planificada e considerada numa perspectiva de construção. Uma perspectiva de aproximar a LP do falante, de criar um convívio saudável entre as duas línguas, de entender que ambas as línguas são prejudicadas quando uma é considerada, de alguma forma, superior à outra.
Quanto mais dominarmos as duas línguas, melhor nos preparamos para enfrentar os desafios deste mundo em mudança. O problema do onkombe é a sina do mestiço. E de dois rios de costas voltadas, propomos todo o nosso mar, que acolhe os rios e que nos identifica: separando-nos e devolvendo-nos ao mundo, como únicos, singulares, mas fazendo parte do todo que hoje é o mundo globalizado. Falta a todo o mestiço a terceira via, que é a de se encontrar, em paz, com ambas as suas origens. E a África e o africano dar-se-ão melhor com a sua História pois serão dela protagonistas conscientes.
“Daí que a protecção, promoção e valorização das línguas nacionais seja, em muitos casos, promovida explicitamente nas próprias constituições nacionais.”, diz-nos a Enciclopédia Livre. E diz-nos a Unesco na sua mensagem do Ano Internacional das Línguas:
“Temos de agir agora, urgentemente. Como? Encorajando e desenvolvendo políticas linguísticas que permitam a cada comunidade utilizar a sua primeira língua, ou língua materna, o mais ampla e frequentemente possível, incluindo na educação, dominando simultaneamente uma língua nacional ou regional e uma língua internacional. Encorajando também os detentores de uma língua dominante a falar outra língua nacional ou regional e uma ou duas línguas internacionais. Só se o multilinguismo for totalmente aceite poderão as línguas encontrar o seu lugar num mundo globalizado. Por conseguinte, a UNESCO convida os governos, as organizações das Nações Unidas, a sociedade civil, as instituições educativas, as associações profissionais e todos os outros actores envolvidos a incrementarem as suas actividades para fomentar o respeito e promover e proteger todas as línguas, especialmente as línguas em perigo, em todos os contextos individuais e colectivos. (…) O nosso objectivo comum é assegurar que a importância da diversidade linguística e do multilinguismo nos sistemas educativo, administrativo e legal, expressões culturais e comunicação social, ciberespaço e comércio, seja reconhecida a nível nacional, regional e internacional.”
Por um Cabo Verde bilingue, fale mais português e escreva mais cabo-verdiano.
Se preferir, experimente prescindir de uma delas…

sexta-feira, 29 de abril de 2011

QUE SIGNIFICA CASA PARLAMENTAR?

UB 1
Todos gostamos da palavra Casa e todos sabemos o que vem a ser um edifício, uma moradia… o abrigo. Aposento, protecção e residência são palavras que nos confortam e nos remetem ao aconchego e a uma identidade. Ligações que fortalecem o sentimento de pertença e fazem com que tenham um sentido muito especial as expressões “estou em casa” e ”sinta-se em casa”.
Entremos um pouco na expressão e na Casa e encontremos nelas, e em qualquer dicionário de sinónimos, os significados de: linhagem, bens, classe, dinastia, estirpe, família, ninho, fortuna…
Um parlamento é uma assembleia. A Academia, uma conversação. Portanto, é, como dizem os mais velhos, a comunidade, uma congregação, o conselho e o grémio. Tem o sentido de reunião, sociedade, sarau e centro.
Parlamentar é negociar. Assumir a fala em nome de outrem. Por isso, o sujeito parlamentar é o emissário, o representante, dizem os dicionários.
E o emissário o que é?
É o mensageiro, o embaixador, o enviado ao Parlamento. Este que deve estar em congregação, simbolizando a comunidade: em reunião. No centro da fala.
O sentido que eu quero dar à minha Casa Parlamentar é o lugar da fortuna, que se faz através da negociação, e que se constrói por meio de emissários-mensageiros. Estes, os enviados ao centro da fala, aqui estão para, em congregação, desvendarem o lado mais simples do espaço Casa e Verbo.
Mas se as palavras têm força, queremos começar pelo princípio. E no princípio era o verbo. Mas que significa a palavra Verbo?
Umbral bilingue, ESCRITO 3 de Fevereiro de 2011.

PÃO E FONEMA - Como tudo começa

MOÇÃO DE CONFIANÇA
Esta semana, entre os dias 25 e 27, a Casa Parlamentar abriu as suas portas aos novos deputados e membros do Governo para a primeira sessão desta nova Legislatura - a VIII. A Ordem do Dia era essencialmente discutir e decidir sobre a viabilidade (se vai ou não vai funcionar) do/o Programa do Governo. A votação final que aprova o Programa do Governo simboliza o Acordo da ANCV, órgão legislativo, ao outro órgão, o Executivo, e equivale a uma MOÇÃO DE CONFIANÇA.
O Governo precisa da Moção de Confiança para ter legitimidade, que é uma licença de governar, dada pelos deputados, em nome dos cabo-verdianos; e todos os sujeitos parlamentares, DEPUTADOS MINISTROS E SECRETÁRIOS DE ESTADO, na Casa Parlamentar, têm o direito de opinar e contribuir para que os cabo-verdianos tenham um bom Programa de Governo.
Agora sim, depois da aprovação do Programa, o Governo que foi escolhido em Fevereiro vai ter cinco anos para desenvolver Cabo Verde; mas voltará muitas vezes à Assembleia Nacional, para outras actividades de que falaremos depois.

Hoje criança, amanhã cidadão - "estudar, aprender sempre."
Projecto “A Casa e o Verbo”
Entre o amor pela escrita e o dever da partilha

1 Introdução e breve explicação dos motivos
Artigo 9º
(Línguas oficiais)
1. É língua oficial o Português.
2.O Estado promove as condições para a oficialização da língua
materna cabo-verdiana, em paridade com a língua portuguesa.
3.Todos os cidadãos nacionais têm o dever de conhecer as línguas oficiais e
o direito de usá-las.
(Constituição da República de Cabo Verde de 1999 e de 2010)

Entre o amor pela escrita e o dever da partilha

Projecto “A Casa e o Verbo”
Entre o amor pela escrita e o dever da partilha

1 Introdução e breve explicação dos motivos
Artigo 9º
(Línguas oficiais)
1. É língua oficial o Português.
2.O Estado promove as condições para a oficialização da língua
materna cabo-verdiana, em paridade com a língua portuguesa.
3.Todos os cidadãos nacionais têm o dever de conhecer as línguas oficiais e
o direito de usá-las.
(Constituição da República de Cabo Verde de 1999 e de 2010)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Poeta do Mês - Baltasar Lopes

Saudade fina de Pasárgada

Em Pasárgada eu saberia
onde é que Deus tinha depositado
o meu destino…
e na altura em que tudo morre..
(Cavalinhos de Nosso Senhor correm no céu;
A vizinha acalenta o choro do filho rezingão;
Tói Mulato foge a bordo de um vapor;
O comerciante tirou a menina de casa;
Os mocinhos da minha rua cantam:
indo eu, indo eu, a caminho de Viseu…)

na hora em que tudo morre,
esta saudade fina de Pasárgada
é um veneno gostoso dentro do meu coração.

(In Atlântico, 1946)

terça-feira, 26 de abril de 2011

O POETA DO MÊS, Osvaldo Alcântara

O POETA DO MÊS, Osvaldo Alcântara

RIP - CASEM-SE OS POETAS COM A RESPIRAÇÃO DO MUNDO

Como quem ouve uma melodia muito triste, recordo a casinha em que nasci, no Caleijão. O destino fez-me conhecer casas bem maiores, casas onde parece que habita constantemente o tumulto, mas nenhuma eu trocaria pela nossa morada coberta de telha francesa e emboçada de cal por fora, que meu avô construiu com dinheiro ganho de riba da água do mar. Mamãe Velha lembrava sempre com orgulho a origem honrada da nossa casa. Pena que o meu avô tivesse morrido tão novo, sem gozar direitamente o produto do seu trabalho.
E lá toda a minha gente se fixou. Ela povoou-se das imagens que enchiam o nosso mundo. O nascimento dos meninos. O balanço da criação. O trabalho das hortas e a fadiga de mandar a comida para os trabalhadores. A partida de papai para a América. A ansiedade quando chegavam as cartas. (p. 6)
É assim tudo na nossa vida_ a casa, as mobílias, as recordações, os nossos interesses _ fazia uma reportagem sentimental que dava a papai uma presença quase física no meio de nós. Anos depois voltou com licença de seis meses. Quando já papai estava outra vez na América foi quando que mamãe teve Nanduca.
Chegavam cartas e retratos. Nhô Roberto Tomásia ia sempre receber as suas mantenhas . Ficava admirando os retratos de papai, vestido de casimira e com uma grande corrente de relógio atravessando o colete:
- António Manuel está um americano perfeito…
Quando Tuta de Melo esteve na ilha, mamãe foi tirar retrato a Nanduca para papai conhecer o seu codê . (Baltasar Lopes, Chiquinho , p. 6 e10)

O POETA DO MÊS, Osvaldo Alcântara ou Baltasar Lopes da Silva, é uma espécie de patrono dos professores cv, tanto que o dia 23 de Abril, seu dia,foi consagrado aos docentes crioulos.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

homenagem e gratidão

Professores:
Zenaida de J. A. Évora Tavares, Escola Amor de Deus, Língua Portuguesa e algo mais
Ana Teixeira, Lourdes Teixeira, Tomás Teixeira - Santa Catarina
FORÇA E PERSEVERANÇA

23 Abril - DIA DO PROFESSOR CABO-VERDIANO

homenagem e gratidão
Em especial, às Professoras:
Isabel,PROF. BEBÊ, Professora do 2º ano
Heldigarda Brito, Tia Micky Iaia, Professora do 5º ano
Elisabeth Andrade, Tia Socorro, Professora do 5º ano
Professora Carla, de Português, Professora do 5º ano
Todos os professores da Escola S.O.S no Lavadouro, Praia de Santa Maria,
Gestor Mário Costa e equipa

QUE DEUS ABENÇÕE E QUE TENHAM FORÇA NA VOSSA MISSÃO!

23 Abril - DIA DO PROFESSOR CABO-VERDIANO

Homenagem e gratidão
Professora Heldigarda Brito, Micky, Escola S.O.S Lavadouro
Professora

homenagem e gratidão

Aos Professores
Helena Martins de S. Lobo - Liceu Domingos Ramos, Português
Amália Vera-Cruz de Mello Lopes - Liceu Domingos Ramos, Português
Eunice Tomar - Liceu Domingos Ramos, Português
Benvindo, Portanto - Liceu Domingos Ramos, Latim que também tirava dúvidas de português
Profa Júlia Mãe de Sandra - Liceu Domingos Ramos, Português
Danny Spinola - Liceu Domingos Ramos, Português (Estagiário)
Antero Barros - Liceu Domingos Ramos, Geografia
António Silva, TOBER - Liceu Domingos Ramos, Geografia
Fernanda Marques - Liceu Domingos Ramos, Inglês
Djonsa Cool But not Fool - Liceu Domingos Ramos, Inglês
Galvão - Liceu Domingos Ramos, Introdução à Política
Henrique Oliveira, Djick - Liceu Domingos Ramos, Filosofia e Psicologia
Lourdes Cardoso - Liceu Domingos Ramos, História
Silvino - Liceu Domingos Ramos, Matemática
Zaida de Prof. Ti Júlio - Liceu Domingos Ramos, Matemática
Cônego Jacinto - Liceu Domingos Ramos, Física-Química
Dina Dupret - Liceu Domingos Ramos, História
Elsa - Liceu Domingos Ramos, Francês
Maria de Jesus - Liceu Domingos Ramos,Ciências Naturais
Manuel Brito Semedo, Liceu Domingos Ramos,o Director, professor de Vida
outros professores que a memória olvida mas o coração guardou
outros ainda de que me lembro só a alcunha e que, na dúvida de gostarem ou não, ficam registados nas preces.

terça-feira, 19 de abril de 2011

homenagem e gratidão

Estudar, aprender sempre.
"Quando a memória vai buscar pedaços de madeira, traz também a lenha que muito bem lhe apraz" (Birago Diop)
A memória é um ajuste de contas com o passado.
Fazemos homenagem, com a memória, aos que foram dignos, nobres, especiais.

23 Abril - DIA DO PROFESSOR CABO-VERDIANO

Clarice Vieira Évora da Graça - Nha Mamã
Eduardo di Nha Xupéta
Guilherme Furtado - Djimi di Ponta Verde
Serafim de Pina Furtado Tavares Silva - Sancha di Memé di Djom
Soeur Noelli, irmã Ma sar - Escola Padre Moniz, Francês
Irmã Caty, Escola Padre Moniz - Francês
Irmã Zita, Escola Padre Moniz - Formação Humana
Maria dos Anjos e Felipe Furtado, Escola Padre Moniz - Matemática
Flávio Amarante,Escola Padre Moniz - Desenho
José da Moura, Escola Padre Moniz - Ciências Naturais
Manel di Candinho, Escola Padre Moniz
Edna Duarte Lopes, Escola Padre Moniz
Maria Auxília, Escola Padre Moniz
Padre Moniz

sexta-feira, 15 de abril de 2011

BEM-VINDOS! - NHÔS TXIGA!

PUBLICADA POR MARIA AUGUSTA É.T.T. EM 11:32 em Set/09
NOTA DE ABERTURA – SUMARA KONBERSU


Dizem-me os jornais que chove em Cabo Verde: Forti sábi!

Se a esperança d’azágua se renova a cada dia e a boa nova da chuva é promessa de ano bom, então à minha boca vêm palavras como milho, fartura, feijão, saúde, festas e certeza.

Que o nosso Cabo Verde se faz em segunda sementeira: na monda e na ramonda; e que as bonecas de milho, as cordeiras de feijão, o milho verde assado e a katxupa de cada dia se cozinham, nas três pedras do fogão, no tomar a bênção e no rabo da enxada.

Semear e colher, com o coração de pescador e a “certeza do chão que pisas”, está também nos livros, cada vez mais, cada vez sim, nos livros. Porque é nos livros que somos! _ e foi contada a nossa história de azeviches. E, nos livros, a morabeza se dá a conhecer para o mundo.

Chove em Cabo Verde…

O Contador de Histórias me disse que choveu também em S. Vicente. Sinal de boas águas. De Pe. António Vieira a Mané Quim, haja Testamentos de muitos

Napumocenos para iluminar a nossa história de azeviches. E haja também Gracinha(s), que herdem, no feminino, uma estória para se contar: com as nossas próprias cabeças e com os pés bem finkados na TERRA: Terra chão, Terra mar, Terra céu.

É que, segundo Princezito, mar é prolongamento de terra, só que na versão molhada. Para verdianos e crioulas, nosso mar e nossa terra… é tudo uma coisa só. E os nossos sonhos, nosso orgulho… é tão grande, porque amparados por mil águas: o doce da chuva e o salgado do mar.



Fala Ovídio, que o mês é teu:


POEMA SALGADO

Eu nasci na ponta-da-praia

por isso trago dentro de mim

todos os mares do Mundo



Meu correio são as ondas

que me trazem e levam

recados e segredos



E meus bilhetes

(meus bilhetinhos de saudade)

são suspiros salgados

que as sereias recolhem

da crista das ondas



Nas conchas e búzios

de todos os mares do Mundo

ficaram encerradas

minhas canções de amor



Que eu nasci na ponta-da-praia

Por isso trago dentro de mim

todos os mares do Mundo.



(Ovídio Martins 1928-1999)

…………………………………

MAR

Oh mar oh mar

Amin ta ba mar nta ba mar

Nta ba mar nta murgudja na azul

(…)

Mar é um purlongamentu di terra

En forma di modjadu

Mar é sima biku di um mulata

Xeiu di lágua di txoru di sodadi

Di un arguen kê pista si abrasu ki bai ki ka bem

(…)

Ami na ña tera kada kriolu tem um padás di

Spiga dentu si kurasan

Ali Lua é brinku pexera



Sol é rologi pastor

Strela é amiga Cesária

Bentu é ventiña koitadu. Ayan


Li ki poisia ta pegadu na redi

Mininu ta fasedu na txada

Mudjel ta marianu kabê

(…)

Mar bo di longi bô é bunitu

Mar di pertu bo é bunitu

Mar pa riba mar tambi ê bunitu

Karamba na fundul mar go ké bunitu



(Princezito, “kasador di poema y piskador di inspirason” in Spiga 2008)



Pensatempo glob 1



Niterói-RJ, 5 de Setembro de 2009
PUBLICADA POR MARIA AUGUSTA É.T.T. EM 11:00
SÁBADO, 5 DE SETEMBRO DE 2009

retomando Morabeza e Letras

BEM-VINDOS/ NHÔS TXIGA! FALE MAIS PORTUGUÊS/ DISGOBEDJA BU SKREBI KAUVERDIANU... Lembro de Mamá e Papá tentando traduzir textos bíblicos do Português para o Cabo-verdiano, ainda escuto, vezes sem conta, as letras das músicas religiosas feitas especialmente para as festas religiosas; Ma soeur Noelli me ensinou a dançar em Francês, ainda muito cedo... nunca mais larguei até a URP-CV; Djonsa Cool "but not Fool" me introduziu ao Inglês, numa nice, e D. Fernanda, Professora de Sala e vida, me convenceu, de vez, que línguas era o meu point.Nas férias grandes fui salva pelo Sr. Beto Tavares e os seus livros emprestados, sem prazo. Assim se fez uma deslumbrada de línguas e literaturas de Cabo verde e do Mundo. THNAKS, IN MEMORIAN: Pedro Kanela: "Di oredja pa odju, tem kuatu dedu", Mãe Vieira: "Deus pa bu dianti. Kada um ku si meresimentu"; Tio Kalátxi "Subrinha tem lingua txeu, ka nha konfundi-m" REST IN PEACE.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

morabeza e letras

PUBLICADA POR M.A. ÉVORA TAVARES TEIXEIRA EM 09:27
QUARTA-FEIRA, 14 DE OUTUBRO DE 2009
UMA LEITURA DE AZEVICHES
“Les souvenirs que j’ai de ma vie réelle ne
sont ni plus colorés ni plus vibrants que
ceux de mês vies imaginaires”
(...)
“Pour écrire l’histoire d’un autre, je colla-
bore avec ma propre vie. Qu’on ne cherche
pas à savoir ce qui, dans cette fiction, est
indubitablement moi. On s’y tromperait. Et
mes proches s’y tromperaient autant et plus
que les autres.”

(DUHAMEL,G.In Remarques sur les memoires Imaginaires _ Paris _ Mercure de France_ Sixième édition.).

Um texto equivalente em Português seria:

As lembranças que eu tenho da minha vida real não são nem mais coloridas nem mais vibrantes daquelas que eu tenho da minha vida imaginária.

Para escrever a história de alguém eu colaboro com a minha própria vida. Que não se tente descobrir, nessa ficção, o que seria indubitavelmente eu. Quem fizesse isso enganar-se-ia. E os que me são próximos se enganariam tanto ou mais ainda do que os outros.


COM ESTA CITAÇÃO, QUE É QUASE UM MANIFESTO, INICIO UMA LEITURA PARTILHADA DE MOMENTOS POÉTICOS QUE ME SÃO SIGNIFICATIVOS. RECUPEREMOS O PRAZER DO TEXTO, UM ALÍVIO QUE FOGE Á ORTOPEDIA CANÔNICA E QUE DEIXA, NA POESIA, UM QUÊ DE HUMANO. HAJA ESCAPE PARA A VIDA QUE SOMA À ESCRITA A SEMPRE MESMA VONTADE DE MIM... LIBERDADE E VOZ.

Umbral bilingue

Artigo 9º
(Línguas oficiais)
1. É língua oficial o Português.
2.O Estado promove as condições para a oficialização da língua
materna cabo-verdiana, em paridade com a língua portuguesa.
3.Todos os cidadãos nacionais têm o dever de conhecer as línguas oficiais e
o direito de usá-las.
(Constituição da República de Cabo Verde de 1999 e de 2010)

O desafio do bilinguismo foi lançado ao chão fértil da ANCV, por dispositivo constitucional, há cerca de doze anos. Chamemos-lhe política de língua, como diria a Academia; ou seria a escrita de si, se fosse com Foucault; e, com mantenhas a Walter Mignolo, seria “identidade em política”.
A Casa Parlamentar votou uma Constituição que liberta os cabo-verdianos da obrigatoriedade de falarem ambas as línguas, quando não dominam uma delas, mas responsabiliza-os no dever de as conhecer. Liberdade e compromisso, diríamos. Ou melhor, espera-se do cidadão um comprometimento neste sentido.
Na prática, os sujeitos parlamentares passaram a usar cada vez mais o Crioulo, LCV; e as “Actas” passaram a reportar uma infinidade de variantes, entre outros fenómenos linguísticos que poderão fazer parte de projectos mais ambiciosos. Lançadas foram as bases para a construção do pretendido bilinguismo, ainda um projecto, mas que tem na ANCV um dos seus maiores promotores.